29 janeiro 2017

RESENHA | Sr. Daniels


"Eu odiava o quão perto estávamos, e quão distante nos sentíamos."
"Eu amava o quão distante estávamos, e quão perto nos sentíamos."



Sinopse: Um amor proibido no melhor estilo de Romeu Julieta.                                                                                       Depois de perder a irmã gêmea para a leucemia, Ashlyn Jennings é enviada pela mãe descompensada para a casa do pai, com quem mal conviveu até então. Devastada, Ashlyn viaja de trem para Edgewood carregando poucos pertences, muitas lembranças e uma caixa misteriosa deixada pela irmã. Na estação, Ashlyn conhece o músico Daniel, um rapaz lindo e gentil. A atração é imediata, e, depois de um encontro romântico, os dois descobrem que compartilham não só o amor pela música e por William Shakespeare, mas também a dor provocada por perdas irreparáveis. O único problema é que, quando Ashlyn começa o ano letivo na escola onde o pai é diretor, descobre que Daniel é o Sr. Daniels, seu professor de inglês, com quem não pode de jeito algum ter um relacionamento amoroso. Desorientados, os dois precisam manter seu amor em segredo, e são forçados a se ver como dois desconhecidos na escola. E, como se isso já não fosse difícil o bastante, ainda precisam tentar de todas as formas superar problemas do passado e sobreviver a alguns conflitos inesperados e dramáticos que a vida apresenta – e que poderiam separá-los para sempre.

 Resenha:

Acho que esse é um dos livros que faz a gente entender que o que faz uma história boa são as suas particularidades. O enredo pode soar clichê, uma garota que tem seu mundo virado de cabeça para baixo, está perdida até que se apaixona, e sinceramente é. Ashlyn perde sua irmã e perde também muito do que conhece, mas acima disso ela perde a si mesma. E quando eu digo que ela perde a si mesma não é naquele sentido figurado clássico que indica que ela está perdida, é que Ashlyn é forçada a se encarar quando ela não pode mais se esconder atrás da sua gêmea. Junte tudo isso com uma mudança de cidade indesejada, um relacionamento forçado com um pai que sempre fora ausente, dar de cara com uma família perfeita feliz da qual você nunca fez parte e um romance proibido em um caldeirão que você tem Sr. Daniels.
Mas novamente, o encanto desse livro está nas suas particularidades. Seus personagens são incrivelmente bem construídos, cada um com suas manias, suas coisas estranhas e suas personalidades nem um pouco clichês. Os diálogos são super inteligentes e cheio de frases que a gente tem que ler umas duas vezes porque elas conseguem ficar em você mesmo. O fato que Shakespeare é praticamente um personagem da história é muito legal e ele aparece sempre de formas divertidas - e intensas-. As reflexões acerca da morte são muitas vezes pesadas, mas eu acho que esse é um assunto tratado como ele é de fato, pesado.
Por se tratar de um livro new adult/young adult  já fica subentendido que não é adequado para pessoas muito novas, por isso a autora não se restringe quanto as cenas de sexo, ainda que sejam de bom gosto. É um livro de escrita leve, divertida, mas ao mesmo tempo que te faz refletir. Várias vezes eu me vi sorrindo lendo, como outras eu também precisei abandonar a leitura para poder digerir o que eu tinha acabado de ler. Mas, no fim das contas, valeu muito a pena para mim e espero que valha para você também!


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