19 abril 2017

Primeiras Impressões | Lacrymosa


''O mal não resiste a uma porta destrancada.
Você não precisa ter escancarado nada para que ele entre, basta não girar a chave.
Quando ele bater sutilmente, mesmo que não obtenha sua concessão ou encontre apenas
silêncio, vai testar a maçaneta e vê-la ceder em suas mãos, entendendo a mensagem como
permissão de entrada.''

É assim que começa o prólogo do novo livro de Juliana Daglio, uma autora nacional com muitos livros com seu nome na lombada. Eu decidi começar essas primeiras impressões de uma forma diferente, sem a sinopse ou a capa do livro no início. Primeiro porque não há capa oficial e segundo porque eu achei a sinopse extremamente reveladora. Não me levem a mal, ela não dá spoiler do livro inteiro, mas acabou dando spoiler das primeiras páginas que li. Talvez isso se deva ao fato de eu não ter procurado nenhuma informação antes de começar a leitura e/ou não lembrar muito do que já tinha lido a respeito da obra depois do meu hiato em prol do meu final de semestre. Pra mim, isso de chegar sem saber o que esperar tornou a leitura infinitamente mais prazerosa, então, recomendo.  De qualquer forma, a sinopse e as capas provisórias estarão no final desse post.
Não sabemos quem é a protagonista: seja em relação ao seu nome, sua cor favorita ou quantos irmãos ela tem. Ela começa aterrorizada, mas determinada, divagando sobre a maldade existente na terra. Um ponto interessante é que quando tratamos de livros de terror, não sabemos mais o que esperar porque tudo depende de que diretriz mitológica o autor seguiu. Com diretriz mitológica me refiro a religiões, lendas, mitos e afins. Então isso acaba quebrando a previsibilidade da obra. Sabemos que a menina de apenas 16 anos tem que largar tudo o que conhece para proteger aqueles que ama, mesmo que não saibamos exatamente o que os ameaça. É isso que eu digo quando falei da sinopse, ela quebra um pouco esse e outros mistérios que conseguiram me envolver bastante.
O primeiro capítulo em si começa anos depois, onde a menina já assumiu uma nova identidade e está estabelecida e embora a aparência de normalidade talvez até consiga enganar em um primeiro momento, ela não abandonou nada que trouxera na bagagem. Eu não me sinto confortável chamando-a de Valery sabendo que esse não é seu verdadeiro nome, ela tem dramas que conseguem se passar por comuns em relação ao trabalho na força policial, a casos românticos que não tem nada de românticos e a amizades que não podem ser taxadas assim. Por trás da fachada, tudo que acontece em sua vida tem uma carga muito mais sombria, mas Valery tem isso sobre controle, até que é exposta a escuridão novamente, muito mais escuridão do que ela pode lidar e pedir ajuda é a única opção.
Os capítulos não são narrados exclusivamente pela Valery e isso, um ponto que poderia ser negativo, é positivo por ser tão bem feito. A história te laça por aparecer um mistério atrás do outro sendo que você não tinha desvendado o anterior em primeiro lugar, mas de alguma forma tudo consegue se conectar. Música também é um elemento marcante na obra e não só por seu título ter ligação com Mozart, mas também pelo rock que é sua trilha sonora mais frequente.
Eu queria dizer ainda que a escrita da Ju é madura. Existem livros que se esforçam para manter um linguajar mais facilmente compreensível, mais simples se é que me entendem, muitas vezes até bastante próximo do nosso jeito de falar. Juliana não é assim, sua escrita é mais madura e menos óbvia. Deixe-me dar um exemplo: em vez de falar "Maria vestia um moleton, calça jeans e uma bota." que foi a versão mais simples que consegui pensar, ela escreve "Ela tinha as costas curvadas, o rosto coberto por um capuz largo demais, assim como era o moletom que lhe descia até o meio das coxas, cobrindo parte do jeans grosso escondido na canela pela bota de cano alto''. Ela literalmente escreve assim, essa é uma citação retirada do livro. Vê essa última parte em destaque? Isso seria escrita menos óbvia para mim.
Essas primeiras impressões acabou ficando muito grande, né? Desculpa, me empolguei! Eu só sei que depois dessas primeiras impressões, eu sei que esse é um livro que eu preciso ter na estante e rápido, de preferência, porque preciso saber como acaba.
Vocês podem encontrar mais sobre esse e outros livros da autora em sua fanpage.

Sinopse:


O nome dela não é Valery Green. Também não nasceu no Kansas, e sua família toda não morreu num acidente de carro onde ela foi a única sobrevivente. Nascida num mundo de trevas e segredos apocalípticos, a garota feita de mentiras luta dia após dia para ter uma vida longe de sua verdadeira identidade e de seu dom misterioso, o qual ela julga como uma maldição.
Por cinco anos, ela conseguiu. Escondida na pacata Darkville, tornou-se uma respeitada Detetive, conhecida por sua frieza e eficácia no trabalho. Seu companheiro Axel parece ter orgulho de trabalharem juntos, até ficar frente a frente ao que encontraram na busca daquela noite - um demônio dentro de uma garotinha.
Para ajudar a pequena Anastacia, Valery terá que colocar em risco o trabalho na polícia e seu relacionamento com Axel, recorrendo à ajuda do Padre Henry Chastain, um velho conhecido. Desenterrando um passado cheio de exorcismos, perseguições e batalhas contra demônios, esse reencontro não promete ser feito de abraços e boas-vindas.
Chas, como ela o chama, é conhecido como o maior Exorcista vivo - a Espada de Sal do
Vaticano, e é sua única esperança de lutar contra o novo inimigo, mas também representa
o ponto fraco de si mesma e o acesso a um passado doloroso que pode despertar seus
próprios demônios interiores.

Sobre o livro:

Lacrymosa é uma história contada em um livro só, embora seu universo abra possibilidades para a criação de novos plots e ganchos para novas aventuras. Escrito em um ano e meio, foi editado pela Agencia Increasy e passou por lapidações com a ajuda de Coachs Literárias. O gênero claudica da fantasia dark, ao terror, com pitadas de romance e um drama psicológico intenso, narrado do ponto de vista de seus protagonistas. A mitologia foi embasada em diferentes fontes de religião, história e teorias, construindo uma premissa com ideias próprias, criadas na mente dessa autora que vos fala. Muitas das opiniões dos protagonistas e narradores, se distancia em milhas das minhas próprias opiniões, o que tornou o processo de criação deles um desafio sem igual, que mudou para sempre a minha vida e minha relação com o divino.



18 março 2017

A Bela e a fera - O filme

Olá pessoas.. como sempre de acordo com a estreia da semana, o post de hoje é sobre a grande estréia da live-action do conto A Bela e a Fera. 


Sinopse
Moradora de uma pequena aldeia francesa, Bela (Emma Watson) tem o pai capturado pela Fera (Dan Stevens) e decide entregar sua vida ao estranho ser em troca da liberdade dele. No castelo, ela conhece objetos mágicos e descobre que a Fera é, na verdade, um príncipe que precisa de amor para voltar à forma humana.
Para aqueles que como eu cresceram acompanhando as histórias das princesas e dos personagens da Disney, a realização desse filme trás a tona aquele sonho que quase todos tem em ser a princesa que salva o príncipe e encontra o amor verdadeiro. 
Não somente isso, quem é fã pode ver que magia da Disney e seus sonhos são transmitidos no filme. A compaixão, a busca por algo que nos complete, sonhar em ser mais, e acima de tudo, demonstra que é ótimo sermos diferentes, e que o problema é quem é sempre igual.
Uma mistura de belas canções (DICA: se você gosta, vale a pena assistir legendado 😉) piadas inteligentes, bom humor e belos figurinos, o filme é uma mistura do clássico desenho, (incluindo o clássico vestido amarelo) com um toque atual e vivo dos personagens.
 
O elenco conta com a belíssima Emma Watson (nossa eterna Hermione). Dan Stevens como Fera, o lindissimo Luke Evans como o narcisista Gastão e entre outros incríveis atores quem rouba a cena é o maravilhoso Josh Gad, interpretando o engracadissimo Lefou.



Espero que tenham gostado. Até a próxima.
                                       J.P.


15 março 2017

RESENHA | 5. O Nome do Vento

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Livro com Cenário Medieval: O Nome do Vento - Patrick Rothfuss

       Boa noite pessoal, o livro da vez é um calhamaço! O maior do ano até agora, com certeza. São mais de 600 páginas que te levam por uma aventura épica. Bora conhecer esse trabalho que George R. R. Martin disse não ter conseguido dormir até terminar de ler?
       O livro conta a história de Kvothe(lê-se cuôuth), de uma maneira bem peculiar. A história é contada pelo próprio Kvothe, mas não exatamente por ele. É, estranho, eu sei. Haha... Em meio à época medieval, ele contrata um escriba para fazer um livro sobre sua vida. Este escriba tem apenas 3 dias para ouvir a sua história, e em O Nome do Vento conta-se o que foi conversado no primeiro dia dessa reunião.
       Apesar de passar realmente menos de 24 horas durante todo o livro, a história é épica e conta a história passada de Kvothe. Ou seja, a história é contada em menos de um dia mas discorre sobre acontecimentos de vários anos. Achei uma maneira bem original e divertida de se utilizar da metalinguagem na Literatura. Patrick Rothfuss está de parabéns. (Como se ele precisasse do meu aval, haha)
       Kvothe atualmente é o dono (e atendente) de uma taberna que está às moscas devido a suspeitas de monstros/assombrações na região da cidade. Porém, antes disso ele era muito conhecido, temido e respeitado. Por que? Isso nem eu sei muito bem. Neste primeiro trecho da vida de Kvothe entendemos como ele se tornou alguém sozinho e consequentemente o que fez para se virar nas ruas de uma cidade na época das trevas com menos de 15 anos de idade.
       Em meio à sua saga pela vida, ele conhece um mestre andarilho que lhe ensina tudo o que pode sobre alquimia, botânica e primeiros socorros. O menino realmente levava jeito para estudos. Seu mestre, além de tudo isso, o alertou sobre o que significava ser um arcanista e prosseguia ensinando sobre a história do mundo (visível e mágico).
       Depois de se distanciar de seu mestre por motivos maiores, Kvothe parte para a Universidade afim de se tornar um verdadeiro Arcanista. Consegue passar pela prova de seleção (com apenas 13 anos de idade) e inicia seus estudos. Esse momento do livro é mágico. Conseguir entender o que aquela conquista significava e todo o conhecimento disponível que aquele garoto agora possuía transformava a narrativa em algo poético e vibrante.
       A história continua por todo o primeiro ano da Universidade. O garoto é suspenso de aulas, punido, premiado e passa por vários problemas (financeiros, de relacionamento, assustadores e acadêmicos), mas sempre de cabeça erguida e um pouquinho arrogante.
       Minha opinião sobre esse livro é que trata-se de uma obra fenomenal, magnífica. Os personagens são complexos, perfeitamente emaranhados e nunca exagerados ou fora de trama. A cada capítulo você percebe que entende menos do mundo em que Kvothe está inserido e tem muito a descobrir. A narração é fluida e traz emoção com descrições vívidas e angustiantes.
       Infelizmente não são só pontos positivos. Ao fim do livro, o autor muda um pouco sua característica de escrita focando em assuntos detalhados, menos épicos e históricos. Ele começa a descrever de maneira mais detalhada e minuciosa pequenas ações do cotidiano, o qual não fazia durante todo o livro. Nestes último 10 capítulos, Patrick apela para cenas de ação em um livro que não cabia. Não ali, espremida, acelerada e forçada.
       Este livro vale o esforço e vai te deixar babando para ler a continuação! (Sim, é uma trilogia fantástica). Que venham mais detalhes sobre os romances e aventuras de Kvothe, o sábio. Deixo ainda uma das melhores frases do livro:

“Existem três coisas que todo homem sábio teme: o mar durante uma tempestade, uma noite sem lua, e a raiva de um homem gentil.”

- Felipe Mosquetta

09 março 2017

RESENHA | O Último Adeus Cynthia Hand


*Desfecho: 1- resultado final, conclusão. 2- última parte da narrativa na qual se resolve o nó ou enredo da ação.

 Se me pedissem para descrever esse livro em uma frase eu diria: "a busca pelo desfecho". É basicamente esse o assunto do livro, encontrar uma maneira de aceitar e superar a morte de Ty.
 O livro mostra o crescimento dos personagens, o amadurecimento e a passagem por cada fase até à conclusão final.
 Me fez pensar sobre a importância, sim da morte e como ela é inevitável, sobre como algumas coisas da vida acontecem e ainda que você acredita ser capaz de mudá-las, elas independem da sua vontade ou atitude. Me fez refletir sobre o ato de me sentir culpada, a forma como lida com meus amigos e familiares, mas mais que isso me fez pensar muito sobre empatia, sobre quanto, às vezes, ainda que são por um minuto é importante e necessário se colocar no lugar do outro.
 O que mais gostei na história foi a construção dos personagens, a forma como a autora os apresenta e como representa o seu crescimento interior, apresentando cada fase até o processo final.
 É uma leitura difícil por se tratar de um tema complicado mas que precisa ser discutido e apresentado. Eu esperei mais do livro, não é o tipo de leitura que possua um clímax ou ponto mais forte, o que pode proporcionar uma leitura arrastada mas ainda assim, necessária e construtiva.
 É interessante a a leitura para aprender a superar o que passou, a seguir em frente e encontrar seu desfecho, a ter empatia e pensar mais em como o outro se sentiria passando por determinadas situações.
 Um sick lit maravilhoso, um dos melhores já lidos por mim pela forma que trata de um assunto tão polêmico.

 "As melhores coisas são assim, Lex, as mais lindas. Parte da beleza vem do fato de elas viverem pouco."

Por Nalu

08 março 2017

RESENHA | 4. Por que Indiana, João?

Livro com Capa Majoritariamente Amarela: Por que Indiana, João? - Danilo Leonardi
              
               Boa noite, pessoal! Tudo bem? Hoje (com um leve atraso devido ao carnaval, hehe) vou falar sobre o quarto livro do desafio Literário, que refere-se ao primeiro livro lido de Fevereiro. E a obra da vez foi "Por que Inidiana, João?" 
               Nossa, pera! Como podia me esquecer? O livro é nacional (MUITO AMOR, NÉ?) e o autor tem uma escrita formidável, além de ambientar os acontecimentos em meio a sociedade brasileira atual... dentro de escolas, participando de programas de televisão e acompanhando a vida de youtubers. Danilo Leonardi consegue trazer a realidade para dentro desse livro, mesmo sem ser um livro baseado em fatos reais. A história que acontece no livro podia (e pode) acontecer ao seu lado. 
Resultado de imagem para por que indiana joão              O nome é curioso, e se você olhar pra capa, vai correndo querer ler esse livro! O trabalho de arte, diagramação e edição dessa obra são fenomenais. Em matéria de beleza, é um livro 5 estrelas.
            A trama, envolvente e instigante, apresenta a juventude de um estudante chamado João (cujo apelido é Indiana) e que sofre de bullying na escola. Antes que vocês possam reclamar, este NÃO é um livro maçante e chato sobre como evitar bullying e blá blá blá. É uma história verossímil, concisa e conteudista que te coloca dentro do problema e te faz sentir a sujeira que é esse comportamento.
                A abordagem tratada pelo livro é feita de maneira direta e cru. Não há enroscos ou atrasos na desenvoltura da trama, demonstrando o estilo simples e incisivo do autor. A história ganha movimentação depois que João, ao sofrer um ataque de um garoto na escola pela enésima vez, revida as ameaças batendo no grandalhão. Alguém filma o ocorrido e o vídeo bomba no Youtube.
                Já viu, né? João fica famoso e cheio de fãs. O garoto que sofria bullying agora se safou das garras de seu abusador. Mas esse não é o único lado da história. Seus amigos continuavam sofrendo bullying e os grandalhões continuavam sendo grandalhões com os outros. A vida de João vira de cabeça pra baixo e ele precisa conviver com a separação de seus pais, vida de celebridade instantânea, romances com garotas da escola e fãs que concordam em solucionar o problema de bullying com violência (até mesmo armados).
                Não vou continuar para evitar dar spoilers sobre essa trama surpreendente e gostosa de ler. (Terminei em um dia só!) Corre pegar sua cópia desse livro e vem descobrir o final surpreendente  que com certeza vai te ensinar e entreter muito.

Falows, galera!      

          


Felipe Mosquetta

07 março 2017

RESENHA 3 EM 1 | As Crônicas dos Krinars


SINOPSE

Encontros Íntimos  

 Um romance sombrio e intrigante que atrairá fãs de relacionamentos eróticos e turbulentos...
No futuro próximo, os krinars governam a Terra. Uma raça avançada de outra galáxia, eles ainda são um mistério para nós — e estamos completamente à mercê deles.
Tímida e inocente, Mia Stalis é uma universitária na cidade de Nova Iorque que sempre teve uma vida muito comum. Como a maioria das pessoas, ela nunca teve qualquer interação com os invasores. Até que um dia no parque muda tudo. Tendo atraído o olhar de Korum, ela agora deve lidar com um krinar poderoso e perigosamente sedutor que quer possuí-la e nada o impedirá de tê-la para si.
Até onde você iria para recuperar a liberdade? Quando sacrificaria para ajudar seu povo? O que escolheria ao começar a se apaixonar pelo inimigo?

Obsessão Íntima


Livro 2 de uma trilogia completa da autora best-seller do New York Times e do USA Today.
A esperada continuação de Encontros Íntimos...
Em Lenkarda — a principal colônia dos krinars na Terra — Mia está completamente à mercê de Korum. Sem ter como partir e sem saber como operar até mesmo as tecnologias mais básicas dos krinars, Mia não tem escolha além de confiar no K que a levou até lá — o amante que ela traiu.
Ele manterá a promessa de levá-la para casa ou Mia está destinada a ser prisioneira dele para sempre? Pode uma humana se tornar parte da sociedade dos krinars? Korum a ama ou só quer possuí-la?

Lembrança Íntima

O terceiro livro da trilogia completa de uma autora best-seller do New York Times
A conclusão impressionante da trilogia de romance de ficção científica best-seller internacional
Quando um inimigo implacável finalmente ataca, Mia e Korum enfrentarão o maior teste de seu relacionamento. Mas são os próprios segredos de Korum que poderão acabar por separá-los.
Das praias da Costa Rica a um planeta em uma galáxia distante, eles vivem uma história de amor que pode mudar o mundo.


RESENHA:

Diferentemente de todos os livros de extraterrestres que eu já li ou ouvi falar esses não narram a invasão em si, a história começa cinco anos depois do ocorrido, com as espécies já coexistindo, ainda que tortuosamente. Mia Stalis é o perfeito esteriótipo de mocinha frágil. Ela é pequena, magra, virgem, tímida inconsciente da própria beleza, insegura, com dificuldades na área afetiva apesar de ser muito inteligente e com um histórico de namorados facilmente desprezível. Em contraponto, Korum é o esteriótipo perfeito de macho dominador. Bonito, forte, alto, seguro, intimidante, determinado, com mais mulheres do que pode contar no histórico, por n motivos ele é diferente de tudo que a mocinha já vira antes e pra completar ainda é meio proibido. 

Eu costumo dizer que primeiro livros de histórias com mundos fantasiosos são os mais chatos porque há toda uma parte teórica daquela fantasia a ser explicada para o leitor, mas incrivelmente esse não foi um ponto que me incomodou nesse livro. A parte teórica da ficção foi uma coisa sendo descoberta aos poucos no decorrer das páginas, com os detalhes sendo revelados apenas quando eram importantes. Porém, para compensar teve muita coisa que me incomodou de verdade, como por exemplo o fato de como Korum trata a Mia. Eu tive que me forçar a entender que ele não era humano, ele era de outra espécie, de outro planeta, com outros costumes e instintos e mesmo assim só foi uma coisa que começou a entrar na minha cabeça apenas no último livro quando vemos mais esse lado dos alienígenas.

A forma com que Korum trata Mia no primeiro livro é revoltante. Ele a persegue, ignora a vontade própria dela, faz com que ela sinta que não sabe de nada por ser muito jovem (nos padrões dele), muitas vezes coloca a inexperiência de Mia contra ela, brinca com as sensações físicas que sabe que desperta mesmo que saiba também que a mente consciente de Mia luta contra elas.   Em resumo, ele se reserva o direito de tratá-la como quiser ao alegar que tem direito sobre ela (ponto que vai ser explicado melhor no decorrer da história).

Todos os livros contam com cenas de sexo. Muitas. Explícitas. Inclusive eu quase abandonei a leitura na primeira vez de ambos de tão revoltada que eu estava com a forma que ele a estava tratando. Não me entendam mal, ele não é um total carrasco, sabe mimar e fazer concessões, mas é preciso entender que ele está em uma posição que não tem direito de fazer concessões, só de aceitar as escolhas dela. Eu foco nesse ponto porque eu sei que muitos jovens leem esse tipo de histórias e acabam romantizando esses abusos por falta de experiência e achando que a dominação (não me refiro a sadomasoquismo) é o comum quando se trata de relacionamentos e não é.   

A medida em que os livros vão avançando, vamos sendo introduzidos na cultura dos krinars e entendendo muitos fatores importantes sobre Korum, o que esclarece alguns comportamentos dele. Esse é outro fator crítico quando penso nos jovens que leem essas histórias. Alguns podem se submeter a esse tipo de relacionamento achando que o cara vai mudar que nem o mocinho da história, que ele só é ciumento e possessivo agora, que a mania de mandar nela é só uma fase, então ela aceita esperando que ele mude por amor. O que eu falo serve tanto para meninos quanto para meninas, para ambas as posições nesse tipo de relacionamento. Isso é muito problemático, não vá por esse caminho.

Eu decidi continuar a leitura principalmente por causa disso, porque eu senti a necessidade falar com esse público jovem que o blog tem. O livro tem uma fantasia legal, verossímil até, e aborda um assunto muito explorado no ramo do entretenimento, mas ele também tem sérias falhas e isso não pode ser ignorado. Eu queria pedir a vocês que ao ler um livro (ou qualquer outra coisa), reflitam e problematizem o que está ali sem aceitar como verdade absoluta porque a gente acaba aplicando muita coisa, seja consciente ou inconscientemente, na nossa vida. A gente quer a parte boa da história e acha a parte ruim suportável por causa dela e não é, por favor, queiram suas histórias só com partes boas, não aceitem as ruins, não se contentem com elas.  

04 março 2017

A cabana - Livro

Oi gente, o post de hoje como vocês já puderam perceber, é sobre o sensacional livro "A cabana".
Ficha técnica
Livro: A cabana.
Autor: Young, William P.
Sinopse: A filha mais nova de Mackenzie Allen Philip foi raptada durante as férias em família e há evidências de que ela foi brutalmente assassinada e abandonada numa cabana. Quatro anos mais tarde, Mack recebe uma nota suspeita, aparentemente vinda de Deus, convidando-o para voltar aquele cabana para passar o fim de semana. Ignorando alertas de que poderia ser uma cilada, ele segue numa tarde de inverno e volta a cenário de seu pior pesadelo. O que encontra lá muda sua vida para sempre. Num mundo em que religião parece tornar-se irrelevante, "A Cabana" invoca a pergunta: "Se Deus é tão poderoso e tão cheio de amor, por que não faz nada para amenizar a dor e o sofrimento do mundo?" As respostas encontradas por Mack surpreenderão você e, provavelmente, o transformarão tanto quanto ele.
Este é daqueles livros que você não lê, devora !! Quando perceber já está dentro da história sofrendo junto com os personagens. Como qualquer outro livro, você pode ama-lo ou odia-lo, então se você acredita em Deus (Por Deus digo, uma divindade, um ser acima de nós, uma força maior, blz? não numa religião, ok?) Leia como se estivesse degustando uma sobremesa maravilhosa, sentindo cada palavra, aberto para a sensações e sentimentos que afloram ao lê-lo. Se você não acredita delicie-se com uma bela história, sobre o ser humano, frente a um dos momentos mais terríveis, e que causam tamanho sofrimento, que é perder um ente querido. A dor da perda, o sentimento de culpa e a incerteza do que fazer em relação aquele que te magoou, ofertar o perdão ou vingar-se, como seguir em frente, e deixar para trás (se é que tem como) a saudade. São alguns pontos abordados. Neste livro é proporcionado ao leitor, uma nova perspectiva do que é ter um relacionamento com Deus.

A boa notícia para aqueles que já leram e se apaixonaram pela história como eu, é que o livro será adaptado para as telonas. (Aaaeeee) 
Contam com um elenco incrível, bem a altura do conteúdo. O Muso Sam Worthington será o protagonista Mackenzie, entre outros incríveis atores, a incrível Octavia Spencer será, nada mais nada menos que, Deus!! Isso mesmo. Segura a ansiedade. A estréia do filme está prevista para abril de 2017.


Espero que tenham gostado. Até a próxima!!
J.P.

21 fevereiro 2017

RESENHA | Borborema


Sinopse:

Annabel é uma mulher fria e calculista, que fugiu do seu passado para a cidade grande e construiu uma vida "segura" e invejada por muitos. Sua intenção era nunca mais olhar para trás, porém um telefonema muda tudo e a obriga a voltar à Borborema, a fazenda de sua família.
    
Lá, ela terá que enfrentar muito mais do que inicialmente havia imaginado. Conflitos familiares, medos particulares, um assassinato que de alguma forma pode estar relacionado a ela e um homem que promete abalar as estruturas nada firmes de seu ser. 
    
Borborema promete envolver e encantar o leitor da primeira à última página. 

Resenha:

Eu sei que esse título pode não soar estranho aqui no blog porque eu já fiz as primeiras impressões dele por aqui, mas agora, como blog parceiro da autora tivemos acesso ao livro na integra e corremos para trazer a resenha para vocês.
Como eu disse nas primeiras impressões, o livro começa com Annabel no tribunal, lugar onde ela se sente mais confortável, mas além disso, somos apresentados a uma Annabel que acima de tudo se esforça para não precisar de ninguém, para ser independente e autossuficiente. Acho que muitas vezes nem ela se dá conta disso e é forçada a enfrentar tudo quando recebe uma ligação do lugar que tinha abandonado muitos anos atrás. Lá, ela tinha deixado para trás não só a fazenda na qual crescera, mas também toda sua família, seu coração e grande parte de si mesma.
O primeiro nó a ser desfeito no livro é o que fizera Annabel abandonar Borborema e fugir de Siqueira Campos em primeiro lugar, mas esse é o primeiro, de no mínimo três nós. Eu não consigo rotular Borborema em um único gênero, engana-se, como eu me enganei, quem acha que é só mais um romance. Só que é um romance, e é também um mistério, e um livro de investigação e ação.
Annabel volta para casa, passa um tempo tentando lidar com várias versões diferentes dela mesma que foram obrigadas a se confrontar e vários fatores externos parecem querer deixá-la louca.
Mas Annabel encontra o amor de novo, ainda que lute contra ele. E isso, foi a coisa que mais me incomodou em todo livro e foi mais uma particularidade do personagem do que qualquer outra coisa. Foi uma birra pessoal com a protagonista mesmo, daquele tipo que eu queria a sacudir e falar umas poucas e boas, sabe? haha.
Acontece que Annabel tem a vida dela na capital, é independente, bem-sucedida e uma profissional estimada, mas ela encasqueta que precisa de um homem para cuidar dela, que precisa de filhos e blá blá blá. O problema não é ela desejar um homem ao seu lado e querer construir uma família, é como ela parece achar que nunca vai ser feliz sem isso sendo que ela viveu anos por si mesma e estava satisfeita com a vida que tinha. Eu entendo que ela abdicou de algumas coisas para viver outras, mas a vida é feita de escolhas e não dá pra conseguir tudo. Quando ela focou na satisfação profissional, a vida pessoal dela ficou em segundo plano e não há nada de errado nisso, foi uma escolha e durante um tempo isso bastou para ela até que não era mais suficiente. Foi nesse ponto que eu me irritei, ela sabia que podia ser feliz com a vida antiga porque já fora, mas aí ela passa a achar que não pode mais ser suficiente para si mesma, que precisa de um homem para cuidar dela sendo que ela sempre se cuidou sozinha. Ah, por favor. Porém, eu entendi que precisava aceitar as escolhas dela e aí fiquei de bem com Annabel de novo.
Não me interpretem mal, é um ótimo sinal o fato de eu me chatear com a protagonista, quer dizer que a história, a trama me envolveu tanto que eu vejo o personagem como uma pessoa e não só como alguém que não existe fora das páginas do livro. E, de fato, a escrita te envolve e os personagens soam verrosímeis, com seus defeitos e indecisões.
Aí o livro dá outra guinada, a vida romântica da protagonista não é mais o foco, ainda que esteja sempre em um plano secundário. Segredos não revelados, crimes, trapaças, inimigos, aliados, sujeiras, tiros, sangue, ação... Tudo isso se enlaça numa teia que prende Annabel no meio e somos levados juntos.
Acho que posso dizer que em Borborema vemos o amadurecimento de Annabel, mesmo que ela se acha a velha sábia no quesito coisas da vida, eu posso citar pelo menos quatro Annabeis diferentes no decorrer do livro e no final, eu entendo que ela teve que se perder para se encontrar e agradeço por ela ter deixado a gente acompanhá-la nessa aventura. 

Vocês podem adquirir o livro no site da editora e acompanhar as novidades na página do facebook do livro.

20 fevereiro 2017

TAG: 10 perguntas literárias


Olá, olá, aqui estou eu novamente. Dessa vez resolvi fazer uma TAG para vocês.

1 -Qual a capa mais da sua estante?

Atualmente, a capa que eu acho mais bonita é A bela e a adormecida do Neil Gaiman. Sério, é maravilhosa!


2 - Se pudesse trazer um personagem para a realidade, qual seria?

Perguntinha difícil essa, hein? Eu traria todos se pudesse, mas nesse momento eu gostaria muito de ter Escórpio Malfoy aqui comigo. Achei ele uma gracinha!

3 - Se pudesse entrevistar um autor (a), qual seria?

Depois de ler Jantar Secreto, fiquei muito curiosa para conhecer o Raphael Montes, e seria uma experiencia incrível entrevista-lo. E tentar entender o que passa na cabeça dele. 



4 - Um livro que não leria de novo? Por quê?

Até o momento, não leria de novo Morte Súbita da J.K. Rowling. O livro é bom, os personagens são interessantes, mas é uma leitura para fazer apenas uma vez. Quem sabe daqui alguns anos, eu o leia novamente (  só talvez ).

5 - Um casal?

Thomas e Medusa, de Insignia da S.J. Kincad.

Eles são, com certeza, um dos casais mais divertidos que eu já li. São inteligentes, sarcásticos e completamente cativantes. Além de serem impulsivos e um casal muito inesperado.

6 - Dois vilões ( pode ser tanto 2 que goste, ou 2 que não goste )

Então, os vilões que eu escolhi foram o Darkling da Trilogia Grisha, e o Maven da Rainha Vermelha. Os dois são pessoa cruéis, capazes de ferir qualquer um para alcançar seus objetivos de grandeza, inclusive as pessoas que eles dizem gostar. Apesar de todos os defeitos, eles são maravilhosos e apaixonantes.

7 - Um personagem que mataria ou tiraria do livro?

Um personagem que eu adoraria de tirar de um livro serio o Maly da Trilogia Grisha. Acho ele um personagem superficial, irritante e totalmente desnecessário. Acredito que a falta dele não faria qualquer diferença nos livros.

8 - Se pudesse viver em um livro, qual seria?

Sem sombra de duvida seria Hogwarts. Quem não gostaria de estudar magia, jogar quadribol e fazer amizade com o Trio de Ouro? Não tem nenhum universo que eu prefira mais do que o de Harry Potter.

9 - Qual o seu maior e menor livro?

O meu maior livro é Herança de Christopher Paolini, com 792 paginas.



O meu menor livro é O Labirinto dos Ossos de Rick Riordan, com 240 paginas.

10 - Qual a sua maior coleção?

No momento minha maior coleção é a House of Night da Kristin e P.C. Cast, com 12 livros maravilhosos.



Então é isso, sintam se a vontade para fazerem o mesmo, espero que gostem. Até semana que vem!












16 fevereiro 2017

RESENHA | 3. A Garota do Calendário - Janeiro

Primeiro livro de uma série: A Garota do Calendário, Janeiro - Audrey Carlan
             Oi meninada, como vão? Hoje venho falar do terceiro livro do Desafio Literário 2017. Foi surpreendente, de verdade! Bora discutir? Este livro é o primeiro livro erótico que leio, em toda minha vida. Não posso negar, o que eu sentia quanto a livros deste estilo era preconceito e acredito que agora ele foi totalmente destruído. O livro é divertido, brincalhão, com ótimo conteúdo e possui uma escrita E-X-C-E-L-E-N-T-E.          

          Mia, a personagem principal, precisa de uma quantia de dinheiro exorbitante e tem que consegui-la dentro de um ano. Ela é sozinha e não tem familiares para pedir ajuda, exceto sua tia, Sra. Milan, que ofereceu ajudar-lhe de uma maneira bem peculiar. A tia de Mia é dona de uma agência de acompanhantes de luxo altamente respeitada pelos homens mais ricos de Los Angeles. Ou seja, sua tia vai fazer com que ela trabalhe em seu empreendimento afim de conseguir todo o dinheiro que ela precisa. Afinal, uma mão lava a outra, não é mesmo?
Resultado de imagem para garota do calendário janeiro            Mia não chega a pensar muito no assunto, pois realmente precisa do dinheiro e não tem como consegui-lo se não utilizando deste método. Neste projeto de arrecadação financeira, Mia vai ter que trabalhar por um ano para a tia e nesta empresa a acompanhante passa o mês todo com o "contratante" da vez, e não apenas uma noite. Este contratante é geralmente alguém muito rico e importante, que precisa de mulheres para eventos sociais onde necessita de acompanhantes para ser bem avaliado nas mídias sociais e afins.
           Durante Janeiro, ela conhece Wes, seu cliente da vez. Ele é uma delícia. Possui o corpo dos sonhos, um sorriso provocante, um olhar intimidador, um ar de imponência e muitas outras qualidades físicas, além das sociais e de seu incrível Sex Appeal. Wes é roteirista de filmes muito importantes e precisa de Mia para ir em alguns eventos da indústria cinematográfica. (Isso anima muito Mia, pois ela é formada em Artes Cênicas). Durante o mês de Janeiro, os dois se gostam mais do que deviam e acabam tendo mais que uma relação de acompanhantes. Tornam-se amigos, namorados, apaixonados e dependentes. A relação construída entre eles é adulta e proveitosa, sem deixar de ser divertida e descontraída. Mia aprende neste primeiro mês que deve ser mais distante de seus clientes e que existem 11 novos clientes a frente.
               Resumindo, o livro tem uma escrita leve, contagiante e dinâmica. Os discursos são adultos e adúlteros (adoro). Fora isso, a descrição de Audrey é arrebatadora. É impossível você terminar este livro e falar que não sonhou ou pensou ao menos um minutinho nas cenas desenvolvidas por esse casal que eu #shippo. O livro é surpreendentemente bom e eu com certeza lerei o restante da série. Foi o melhor livro de Janeiro! Até Fevereiro, galerinha do Desafio Literário 2017!

Felipe Mosquetta

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