31 janeiro 2017

RESENHA | Série Ten Tiny Breaths: Respire

Sinopse: Kacey Cleary não chora, não suporta o toque das pessoas e canaliza sua energia para treinos intensos de kickboxing. Tudo isso depois de um ano de reabilitação física e de mergulhar num mundo de drogas e álcool para tentar lidar com a perda dos pais, da melhor amiga e do namorado, num acidente de carro do qual ela foi a única sobrevivente. Protagonista de “Respire”, primeiro livro da série Ten Tiny Breaths, sucesso de K.A. Tucker que chega ao Brasil pelo selo Fábrica 231, Kacey chegou ao fundo do poço, mas resolve lutar para sair de lá por Livie, a irmã caçula. Depois de irem morar com uma tia religiosa fanática e seu marido alcoólatra, as duas fogem para Miami para tentar recomeçar, e Kacey terá que enfrentar seus fantasmas para derrubar o muro que ergueu ao seu redor. Às vezes, respirar torna-se uma missão quase impossível, mas K.A. Tucker mostra que é preciso neste romance sobre perdas, amizade, amor e superação.

Resenha:

A primeira ideia que a gente tem de Kacey é que ela é uma pessoa forte, dura até. Só que com o decorrer do livro a gente percebe o quão frágil e quebrada ela é. Kacey teve que lidar com muito, muito cedo. A parte feia da vida dançou na sua frente e ela nunca se recuperou, apesar de achar que sim e embora tenha a consciência de que é uma pessoa diferente do que fora.
Kacey é uma guerreira, uma lutadora e faz qualquer coisa pelas pessoas que ama e poucas pessoas entram nessa lista. Quando sente que precisa voltar a si, abandonar o ciclo destrutivo que vivia e tomar as rédeas da situação, ela põe tudo de si nisso, não por ela própria, mas pela irmã que precisa proteger. Uma mudança de cenário se mostra decisiva na vida das irmãs e a esperança ressurge, primeiro timidamente, depois como um dia ensolarado.
Kacey é uma personagem complexa. Ela é extremamente segura quanto a sua sexualidade e está confortável com ela de um jeito que não costumamos ver porque a mocinha é sempre insegura e luta contra isso na maioria das histórias e ela não. Ao mesmo tempo que seus pesadelos são uma parte significante dela, ela acorda de manhã e luta contra um novo dia. Os personagens secundários são igualmente complexos, são quase uma lufada de ar fresco em todo o enredo intenso da carga pesada que a protagonista carrega.
Obviamente, há romance, mas é ele mutuamente benéfico e destrutivo num panorama geral e eu gosto disso, eu gosto como abrange ambas visões. Uma coisa interessante nesse livro é como ele é dividido não só em capítulos, como também pelas fases do luto, apesar de já ter se passado anos do acidente, e como essas fases passam a se encaixar em outros aspectos da vida de Kacey. Eu achei isso brilhante. Eu, particularmente, achei essa capa maravilhosa e no decorrer da história vocês vão perceber que o título faz perfeito sentido. O final dessa história é catártico, mexe de verdade com nossa empatia e por mim poderia ter terminado facilmente nesse livro, mas se trata do primeiro de cinco. Eu estou ansiosa quanto as histórias dos próximos porque pelas capas podemos observar que Kacey não será mais a protagonista e eu acho de verdade que vários personagens secundários tem enredo o suficiente para um livro solo, então eu estou bem curiosa e podem esperar para ver as resenhas dos próximos livros em breve.


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