19 abril 2017

Primeiras Impressões | Lacrymosa


''O mal não resiste a uma porta destrancada.
Você não precisa ter escancarado nada para que ele entre, basta não girar a chave.
Quando ele bater sutilmente, mesmo que não obtenha sua concessão ou encontre apenas
silêncio, vai testar a maçaneta e vê-la ceder em suas mãos, entendendo a mensagem como
permissão de entrada.''

É assim que começa o prólogo do novo livro de Juliana Daglio, uma autora nacional com muitos livros com seu nome na lombada. Eu decidi começar essas primeiras impressões de uma forma diferente, sem a sinopse ou a capa do livro no início. Primeiro porque não há capa oficial e segundo porque eu achei a sinopse extremamente reveladora. Não me levem a mal, ela não dá spoiler do livro inteiro, mas acabou dando spoiler das primeiras páginas que li. Talvez isso se deva ao fato de eu não ter procurado nenhuma informação antes de começar a leitura e/ou não lembrar muito do que já tinha lido a respeito da obra depois do meu hiato em prol do meu final de semestre. Pra mim, isso de chegar sem saber o que esperar tornou a leitura infinitamente mais prazerosa, então, recomendo.  De qualquer forma, a sinopse e as capas provisórias estarão no final desse post.
Não sabemos quem é a protagonista: seja em relação ao seu nome, sua cor favorita ou quantos irmãos ela tem. Ela começa aterrorizada, mas determinada, divagando sobre a maldade existente na terra. Um ponto interessante é que quando tratamos de livros de terror, não sabemos mais o que esperar porque tudo depende de que diretriz mitológica o autor seguiu. Com diretriz mitológica me refiro a religiões, lendas, mitos e afins. Então isso acaba quebrando a previsibilidade da obra. Sabemos que a menina de apenas 16 anos tem que largar tudo o que conhece para proteger aqueles que ama, mesmo que não saibamos exatamente o que os ameaça. É isso que eu digo quando falei da sinopse, ela quebra um pouco esse e outros mistérios que conseguiram me envolver bastante.
O primeiro capítulo em si começa anos depois, onde a menina já assumiu uma nova identidade e está estabelecida e embora a aparência de normalidade talvez até consiga enganar em um primeiro momento, ela não abandonou nada que trouxera na bagagem. Eu não me sinto confortável chamando-a de Valery sabendo que esse não é seu verdadeiro nome, ela tem dramas que conseguem se passar por comuns em relação ao trabalho na força policial, a casos românticos que não tem nada de românticos e a amizades que não podem ser taxadas assim. Por trás da fachada, tudo que acontece em sua vida tem uma carga muito mais sombria, mas Valery tem isso sobre controle, até que é exposta a escuridão novamente, muito mais escuridão do que ela pode lidar e pedir ajuda é a única opção.
Os capítulos não são narrados exclusivamente pela Valery e isso, um ponto que poderia ser negativo, é positivo por ser tão bem feito. A história te laça por aparecer um mistério atrás do outro sendo que você não tinha desvendado o anterior em primeiro lugar, mas de alguma forma tudo consegue se conectar. Música também é um elemento marcante na obra e não só por seu título ter ligação com Mozart, mas também pelo rock que é sua trilha sonora mais frequente.
Eu queria dizer ainda que a escrita da Ju é madura. Existem livros que se esforçam para manter um linguajar mais facilmente compreensível, mais simples se é que me entendem, muitas vezes até bastante próximo do nosso jeito de falar. Juliana não é assim, sua escrita é mais madura e menos óbvia. Deixe-me dar um exemplo: em vez de falar "Maria vestia um moleton, calça jeans e uma bota." que foi a versão mais simples que consegui pensar, ela escreve "Ela tinha as costas curvadas, o rosto coberto por um capuz largo demais, assim como era o moletom que lhe descia até o meio das coxas, cobrindo parte do jeans grosso escondido na canela pela bota de cano alto''. Ela literalmente escreve assim, essa é uma citação retirada do livro. Vê essa última parte em destaque? Isso seria escrita menos óbvia para mim.
Essas primeiras impressões acabou ficando muito grande, né? Desculpa, me empolguei! Eu só sei que depois dessas primeiras impressões, eu sei que esse é um livro que eu preciso ter na estante e rápido, de preferência, porque preciso saber como acaba.
Vocês podem encontrar mais sobre esse e outros livros da autora em sua fanpage.

Sinopse:


O nome dela não é Valery Green. Também não nasceu no Kansas, e sua família toda não morreu num acidente de carro onde ela foi a única sobrevivente. Nascida num mundo de trevas e segredos apocalípticos, a garota feita de mentiras luta dia após dia para ter uma vida longe de sua verdadeira identidade e de seu dom misterioso, o qual ela julga como uma maldição.
Por cinco anos, ela conseguiu. Escondida na pacata Darkville, tornou-se uma respeitada Detetive, conhecida por sua frieza e eficácia no trabalho. Seu companheiro Axel parece ter orgulho de trabalharem juntos, até ficar frente a frente ao que encontraram na busca daquela noite - um demônio dentro de uma garotinha.
Para ajudar a pequena Anastacia, Valery terá que colocar em risco o trabalho na polícia e seu relacionamento com Axel, recorrendo à ajuda do Padre Henry Chastain, um velho conhecido. Desenterrando um passado cheio de exorcismos, perseguições e batalhas contra demônios, esse reencontro não promete ser feito de abraços e boas-vindas.
Chas, como ela o chama, é conhecido como o maior Exorcista vivo - a Espada de Sal do
Vaticano, e é sua única esperança de lutar contra o novo inimigo, mas também representa
o ponto fraco de si mesma e o acesso a um passado doloroso que pode despertar seus
próprios demônios interiores.

Sobre o livro:

Lacrymosa é uma história contada em um livro só, embora seu universo abra possibilidades para a criação de novos plots e ganchos para novas aventuras. Escrito em um ano e meio, foi editado pela Agencia Increasy e passou por lapidações com a ajuda de Coachs Literárias. O gênero claudica da fantasia dark, ao terror, com pitadas de romance e um drama psicológico intenso, narrado do ponto de vista de seus protagonistas. A mitologia foi embasada em diferentes fontes de religião, história e teorias, construindo uma premissa com ideias próprias, criadas na mente dessa autora que vos fala. Muitas das opiniões dos protagonistas e narradores, se distancia em milhas das minhas próprias opiniões, o que tornou o processo de criação deles um desafio sem igual, que mudou para sempre a minha vida e minha relação com o divino.



6 comentários:

  1. Naaaah! Primeiramente, o que é esse gif maravilhoso no começo da postagem? MORRIII!!!

    Só tenho a te agradecer pela resenha, pelos pontos levantados com tanta sinceridade e pelo carinho com que leu e falou de Lacrymosa. Eu espero que você possa ler o livro todo em breve. <3

    Beijuuuuuuuuuuus!

    ResponderExcluir
  2. Cláudia Vieira, 57 anos (com carinha de 30), rs! Tenho uma cachorrinha da raça York Shire, sofri violência doméstica e falo desse assunto abertamente, sou completamente apaixonada pelos animais de estimação. Tenho também 3 gatos (Petit Gateau, Créme Brulé e o Dark).http://content-management-directory.com/2019/05/04/amarracao-amorosa-da-certo/

    ResponderExcluir
  3. Daniela Fernandes, 30 anos, 2 filhos (Vitória- 3 anos) e (Heitor – 8 meses), dona de casa e confeiteira informal. Vendo bolos decorativos, faço festa na caixa, pães de mel e docinhos artesanais. Sonho em fazer curso de culinária na Le Cordon Bleu em Paris.
    http://durov.club/alongamento-do-melhor-amigo-do-homem-de-forma-rapida-e-facil/

    ResponderExcluir
  4. Ricardo Rocha, 25 anos, modelo negro, gay assumido, solteiro e sem filhos. Adoro exercícios físicos e cuidar da minha aparência. Sou ativista em causas LGBTQ+ e protetor dos animais.http://saparevabanya2016.info/dica-sobre-espiritualidade/

    ResponderExcluir
  5. Que interessante! Vou tentar ler tbm!

    Acessem: https://www.paraisofeminino.com.br/calcados/tenis

    ResponderExcluir
  6. Já li e tive as mesmas impressões! Parabéns pela resenha!

    ResponderExcluir

Copyright © 2014 - 2016 | Sobre Livros • voltar ao topo