Resenha: Caixa de Pássaros

                            "O homem é a criatura que ele teme."

~ Sobre o livro ~

Sinopse:

Romance de estreia de Josh Malerman, “Caixa de Pássaros” é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.
Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.


Autor:                                                                     Características:

                 Título original: Bird Box
                 Autor: Josh Malerman
                 Páginas: 272
                 Ano: 2014
                 Editora: Intríseca



~ Resenha ~

Há alguns detalhes que precisam ser compartilhados antes da resenha começar de fato: 1- Eu comecei o livro ontem de noite e na hora só tinha lido menos de um capítulo, retomando a leitura hoje. 2- Eu não consigo determinar em que gênero o livro se encaixa. 3- Ele me abduziu. 
Agora que estão cientes dos fatores singulares, já posso começar a explicar. Malorie é a protagonista desse livro, uma cética que  é tomada pelo medo do inexplicável. O começo dessa história é comum, e é o único momento que consigo usar essa palavra como adjetivo, Malorie vai morar com a irmã e descobre que um caso rápido terminou em gravidez só que nem comunicar o pai da criança ela consegue, coisas estranhas começam a espreitar. Mortes inexplicáveis, ou melhor, mortes por motivos inexplicáveis, se dão por todo o mundo, mas é somente quando chega ao Alasca (sim, a história se passa nos Estados Unidos) que as irmãs começam a se preocupar.
A medida que mais informações são colhidas, fica claro que antes de morrer essas pessoas viram algo  que a fizeram ficar loucas, violentas ao ponto de atacarem outros indivíduos que possam estar por perto antes de cometerem suicídio e a partir desse momento enxergar pode ser o seu fim. O terror vai sendo instalado aos poucos, porém constantemente. A população passa a sair de olhos fechados e a cobrir suas janelas, não demora muito para abandonarem suas obrigações e a sobrevivência se tornar a única prioridade. 
Contudo, mesmo no meio desse pandemônio, alguns entendem que ficar em grupo parece ser a opção mais sensata. E é em um desses grupos, em uma dessas casas seguras, que Malorie vai buscar abrigo. Aí entra uma dinâmica delicada: imagine um grupo de mais de cinco pessoas praticamente desconhecidas trancafiados por livre e espontânea vontade dentro de um imóvel e determinados a permanecerem assim. Imaginou? A tensão é inevitável!
Acaba que as criaturas vão fechando cada vez mais o cerco e fugir torna-se inevitável tanto quanto abrir os olhos sem estar protegidas pelas paredes de casa. 

A história é contada através de narrador observador. Os capítulos ora são passados no presente ora composto por flashbacks, mas isso é feito de forma tão incrível, tão perfeitamente em sincronia que se torna parte da história, não tem jeito. Eu fui abduzida de um jeito que esqueci da vida 'real', um barulho mais alto me fazia pular e voltar para fora das páginas do livro bruscamente. Não chega a ser um livro de terror, é certamente um suspense, porém também posso encaixa-lo em ficção científica? Não acho que seja distópico, mas também não é realista. Trata-se de uma obra prima única, rotulá-la é um pecado. 

~ Trechos ~