06 fevereiro 2017

RESENHA | Livro 1. A Luz entre Oceanos

O primeiro livro da carreira de um(a) autor(a): A Luz entre Oceanos – M. L. Stedman

                Oi gente, tudo certo? Que livro diferente! Essa história que virou Best-Seller no New York Times é no mínimo angustiante. A história se passa no começo do século XX, na costa oeste da Austrália. Vambos cominar, já vale a leitura, né? Existem poucos livros ambientados nesta época fora do eixo Europa – EUA. A história retrata o dia-a-dia de Tom e Isabel, um casal que se forma na primeira metade do livro, de maneira bem gradativa e calma. Isabel torna-se uma excelente dona de casa para acompanhar o marido que vai trabalhar em um farol em Janus, uma ilha quase deserta, ocupada apenas pelo farol e a casa do faroleiro, que é onde ela passa 100% do seu tempo enquanto o marido fica cuidando do farol ao norte da Ilha.
               Além de mostrar o cotidiano desse casal cativante, o livro apresenta o passado deles, principalmente o de Tom, que é um veterano de guerra que sofre muito com o que fez e viu enquanto estava em combate. Durante a narrativa, a autora retorna aos momentos de guerra para explicar a opinião um tanto quanto retrógrada do protagonista. Mas, até aqui a trama do livro não apareceu. O livro como você pode imaginar é lento. Diferente de outros que resenhei aqui no Sobre Livros, além de lento, é entediante e difícil de prender sua leitura na primeira metade. Lá pela página de número 200, a trama é realmente apresentada.
               Nos primeiros meses do casal em Janus, Isabel engravida 3 vezes. E perde os 3 bebês. Lá, porém, não existia médico e nem um tipo de comunicação, como espera-se de uma ilha deserta em 1920. Isabel nunca quis relatar nada aos guardas que visitavam a ilha a cada 3 meses e muito menos a visita anual do médico. Acha que esse é o drama do livro? Não chegou nem perto. Logo depois de perder o terceiro bebê, com 7 meses de gravidez, uma canoa chega à deriva na praia ilha, com um homem adulto morto e um bebê aos prantos.
               FÔLEGO! Pensa um pouquinho... vocês acham que eles pegaram o bebê e ligaram a luz do farol chamando socorro? Não. Isabel não deixou seu marido moralista fazer isto, conseguiu convencê-lo com uma lábia de mãe sofredora. Enterraram o corpo do homem e adotaram a garota, Luce, como se fosse filha deles. Aqui sim se instaura a trama! Depois de algum tempo, eles voltam ao continente e vão batizar a criança. Chegando lá, descobrem que a mãe biológica a procurava incessantemente e Tom, com seu senso do dever e justiça, deixa um bilhete anônimo dizendo que a filha se encontra viva e bem, mas não voltará jamais.
               A polícia retoma as investigações e o livro se desenrola até que toda a mentira é descoberta quando a criança está com 6 anos, fazendo todos os envolvidos sofrerem. Isabel entrega Luce e deixa entender que a culpa de terem “raptado” a criança era totalmente de seu esposo, Tom. O marido que a ama aceita a culpa e acaba indo para a cadeia da cidade. Dentro de mais alguns dias a corte federal virá à cidade para o julgamento do caso, e o advogado de Tom diz que a única maneira de ele se inocentar da pena de morte é se Isabel contar a verdade, mas ele está em cárcere privado sem poder ter acesso a Isabel. E agora? Quem vai para cadeira de morte? Isabel errou em cuidar da criança? Tom errou em atender o pedido de sua amada esposa? Ou quem errou foi a mãe biológica que deixou a bebê em um barco com um homem morto?
              Um livro para reflexão ética e moral. Tecido de maneira dramática, tensa, extensa e asquerosa. A autora é formada em Direito e age como uma advogada para todas as personagens, mostrando suas diversas facetas diante do fato. O fim do livro não me agradou e chorei. Sim, eu chorei. “Nós sempre temos uma escolha”.
             
 


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