Livro com Cenário Medieval: O Nome do Vento - Patrick Rothfuss
Boa noite
pessoal, o livro da vez é um calhamaço! O maior do ano até agora, com certeza. São mais
de 600 páginas que te levam por uma aventura épica. Bora conhecer esse trabalho
que George R. R. Martin disse não ter conseguido dormir até terminar de ler?
O livro conta a
história de Kvothe(lê-se cuôuth), de uma maneira bem peculiar. A história é contada pelo
próprio Kvothe, mas não exatamente por ele. É, estranho, eu sei. Haha... Em meio à época medieval, ele
contrata um escriba para fazer um livro sobre sua vida. Este escriba tem
apenas 3 dias para ouvir a sua história, e em O Nome do Vento conta-se o que foi conversado no primeiro dia dessa reunião.
Apesar de passar
realmente menos de 24 horas durante todo o livro, a história é épica e conta a
história passada de Kvothe. Ou seja, a história é contada em menos de um dia mas
discorre sobre acontecimentos de vários anos. Achei uma maneira bem original e
divertida de se utilizar da metalinguagem na Literatura. Patrick Rothfuss está
de parabéns. (Como se ele precisasse do meu aval, haha)
Kvothe
atualmente é o dono (e atendente) de uma taberna que está às moscas devido a
suspeitas de monstros/assombrações na região da cidade. Porém, antes disso ele
era muito conhecido, temido e respeitado. Por que? Isso nem eu sei muito bem.
Neste primeiro trecho da vida de Kvothe entendemos como ele se tornou alguém
sozinho e consequentemente o que fez para se virar nas ruas de uma cidade na
época das trevas com menos de 15 anos de idade.
Em meio à sua
saga pela vida, ele conhece um mestre andarilho que lhe ensina tudo o que pode sobre alquimia, botânica e primeiros socorros. O menino
realmente levava jeito para estudos. Seu mestre, além de tudo isso, o alertou
sobre o que significava ser um arcanista e prosseguia ensinando sobre a história
do mundo (visível e mágico).
Depois de se
distanciar de seu mestre por motivos maiores, Kvothe parte para a Universidade
afim de se tornar um verdadeiro Arcanista. Consegue passar pela prova de
seleção (com apenas 13 anos de idade) e inicia seus estudos. Esse momento do
livro é mágico. Conseguir entender o que aquela conquista significava e todo o
conhecimento disponível que aquele garoto agora possuía transformava a
narrativa em algo poético e vibrante.
A história
continua por todo o primeiro ano da Universidade. O garoto é suspenso de aulas,
punido, premiado e passa por vários problemas (financeiros, de relacionamento,
assustadores e acadêmicos), mas sempre de cabeça erguida e um pouquinho
arrogante.
Minha opinião
sobre esse livro é que trata-se de uma obra fenomenal, magnífica. Os personagens são
complexos, perfeitamente emaranhados e nunca exagerados ou fora de trama. A
cada capítulo você percebe que entende menos do mundo em que Kvothe está
inserido e tem muito a descobrir. A narração é fluida e traz emoção com
descrições vívidas e angustiantes.
Infelizmente não
são só pontos positivos. Ao fim do livro, o autor muda um pouco sua característica de
escrita focando em assuntos detalhados, menos épicos e históricos. Ele começa
a descrever de maneira mais detalhada e minuciosa pequenas ações do cotidiano, o qual não fazia durante todo o livro. Nestes último 10 capítulos, Patrick apela para cenas de ação
em um livro que não cabia. Não ali, espremida, acelerada e forçada.
Este livro vale
o esforço e vai te deixar babando para ler a continuação! (Sim, é uma trilogia
fantástica). Que venham mais detalhes sobre os romances e aventuras de Kvothe, o
sábio. Deixo ainda uma das melhores frases do livro:
“Existem três coisas que todo homem sábio teme: o mar
durante uma tempestade, uma noite sem lua, e a raiva de um homem gentil.”
- Felipe Mosquetta
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