Resenha: Perdido em Marte - Andy Weir

O que você faria se estivesse perdido e sozinho em um planeta bastante hostil e longe da Terra? Essa é a premissa básica de Perdido em Marte, livro de Andy Weir de 2011, que chegou aqui no Brasil em 2014 e neste ano virou uma adaptação para o cinema pelas mãos do diretor Ridley Scott (Alien, Blade Runner).

Em Perdido em Marte passamos a conhecer o astronauta Mark Watney, protagonista da história, que se tornou a décima sétima pessoa a pisar em Marte. Depois de uma forte tempestade de areia, a missão Ares 3 é abortada e a tripulação vai embora, certa de que Mark morreu em um terrível acidente.  Ao despertar, ele se vê completamente sozinho, ferido e sem ter como avisar às pessoas na Terra que está vivo. E, mesmo que conseguisse se comunicar, seus mantimentos terminariam anos antes da chegada de um possível resgate. Ainda assim, Mark não desiste de tentar sobreviver.

Andy Weir sempre se interessou por ficção científica e o espaço, estudou ciências da computação mas não se formou e agora trabalha como engenheiro de softwares. Quando tinha 20 anos começou a escrever contos e publica-los em seu site pessoal, até que se destacou por um conto chamado O Ovo, que foi traduzido para diversos idiomas. Depois dessa notoriedade, ele lançou seu romance de estreia que foi justamente Perdido em Marte, The Martian no original, e foi aí que aconteceu o boom em sua vida.

O livro tem uma escrita simples, fácil e dinâmica. É narrado tanto em primeira pessoa, a partir da perspectiva do protagonista em Marte, quanto em terceira pessoa, mostrando a perspectiva da NASA na Terra. A parte científica é totalmente palpável, o autor faz você entender perfeitamente o que está acontecendo e acreditar que aquilo tudo é possível. A descrição de Marte é incrível. Mas as vezes tantas explicações científicas te faz cansar, mas nada que atrapalhe a jornada. O personagem Mark Watney é divertidíssimo, consegue ser otimista, esperançoso e sempre está com um bom humor, mesmo passando pela situação crítica em que ele se encontra. É um livro de fôlego, você não vai conseguir largar tão fácil, sem antes saber se Mark consegue ou não sair de Marte e como ele vai tentar sair e sobreviver em um planeta tão ameaçador.

Ação, comédia e suspense na medida certa são os ingredientes dessa ótima ficção científica. Em relação ao filme, creio que ele foi bem fiel ao livro na medida do possível, mas considero o filme bem mais otimista que o livro. Mas os dois tem o seu valor. Ridley Scott é um excelente diretor e o visual do filme é de ficar de boca aberta. Perdido em Marte mostra a força e a luta de um homem pela sobrevivência e mostra o quanto nos importamos um com o outro, o quanto nos importamos com a nossa espécie, definitivamente foi um dos melhores livros que eu li em 2015. "Não vou morrer nessa porra de planeta!"